Atualização de outubro do acordo Microsoft-Activision: aprovação do CADE do Brasil, página de aquisição dedicada e relatório final do CMA de março de 2023
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A Acordo Microsoft-Activion deu um passo à frente nesta quarta-feira após receber a aprovação do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (CADE) sem restrições. No entanto, ainda será uma longa jornada, pois a FTC, a Comissão Europeia e o Reino Unido Autoridade de Concorrência e Mercados (CMA) ainda estão analisando a aquisição de US$ 69 bilhões.
O documento público, que está em português, detalha as respostas da Microsoft e de outras empresas terceirizadas (especialmente a Sony) sobre como o acordo afetaria a concorrência na indústria de jogos. Como de costume, a Sony expressou preocupação com isso, dizendo que poderia influenciar as escolhas de console dos usuários devido a Chamada do dever. A Microsoft defendeu seu lado, prometendo mantê-lo em consoles PlayStation ou multiplataforma. O CADE também explica sua decisão. (Créditos da tradução para ResetEra.)
No que diz respeito à possibilidade de fechamento de mercados downstream, a análise apontou que, apesar de sua relevância e popularidade, os jogos da Activision Blizzard – e em particular a série Call of Duty – não seriam ativos essenciais para o desempenho dos atuais e potenciais concorrentes da Microsoft em os mercados de distribuição de consoles e jogos digitais (considerando, neste último, tanto lojas digitais quanto serviços de assinatura de múltiplos jogos para PC e consoles). Assim, ainda que o catálogo de jogos da Activision Blizzard passasse a ser exclusivo do ecossistema da Microsoft após a Transação, a SG/Cade considera que tal exclusividade não resultaria em redução substancial dos níveis de concorrência nos mercados downstream, ainda que pudesse traduzir em uma vantagem competitiva para a Microsoft.
Além disso, é importante destacar que o objetivo central da atuação do CADE é a defesa da concorrência como forma de promover o bem-estar dos consumidores brasileiros, e não a defesa de interesses particulares de concorrentes específicos. Afinal, não se pode perder de vista que o titular dos bens jurídicos protegidos pela Lei nº 12,529/2011 é a coletividade, e não o concorrente/agente econômico como pessoa física. Nesse sentido, embora se reconheça que parte dos usuários de consoles PlayStation (da Sony) podem decidir migrar para o Xbox caso os jogos da Activision Blizzard – e principalmente Call of Duty – se tornem exclusivos do ecossistema da Microsoft, SG/Cade não acredita que tal possibilidade represente, por si só, um risco para a concorrência no mercado de consoles como um todo.
Além dos reguladores da concorrência em todo o mundo, a Microsoft também está tentando encontrar mais aliados na indústria de jogos lançando um página dedicada detalhando a aquisição da Activision Blizzard. A página da web, que dá as boas-vindas aos visitantes com o grande cabeçalho que diz “Nossa visão para jogos: mais opções e mais jogos para pessoas em todos os lugares”, mostra os benefícios do acordo para todos, incluindo jogadores, criadores de jogos e toda a indústria.
A página também inclui a recente entrevista do CEO da Microsoft, Satya Nadella, com a Bloomberg, na qual ele expressou sua confiança no sucesso do negócio. O CEO da Microsoft Gaming, Phil Spencer, por outro lado, destaca como o acordo promoveria melhores escolhas para jogadores e criadores de jogos. Curiosamente, o site também mostra o desenvolvimento da receita de jogos, destacando como diferentes empresas de jogos como a Sony contribuíram para esse crescimento.
Em notícias relacionadas, a CMA anunciou que publicará suas descobertas para sua segunda fase de investigação em 1º de março de 2023. Pode-se lembrar que o regulador antitruste do Reino Unido decidiu avançar para essa investigação mais profunda depois de expressar sua preocupação com o acordo, dizendo , “A Microsoft poderia usar seu controle sobre jogos populares como 'Call of Duty'E'World of Warcraft ' pós-fusão para prejudicar os rivais.” Na próxima mês, a CMA investigará o assunto mais detalhadamente coletando mais informações, emitindo mais questionários e marcando reuniões com as partes envolvidas.
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